Na segunda parte deste tema, prosseguimos com a caracterização de fenómenos coletivos que têm oferecido à promoção imobiliária residencial condições para se modernizar e apelar a novos públicos.
Como nos restantes projetos apoiados por crowdfunding, o intuito é obter o capital para investimentos imobiliários recorrendo a um grande número de investidores que contribuem com uma parcela do total. É particularmente benéfico para investidores com menor capacidade financeira, que podem assim fazer parte de grandes projetos imobiliários.
Estas transações P2P decorrem maioritariamente em plataformas online criadas para o efeito, onde um projeto é apresentado pelo organizador do projeto e diversos investidores respondem com o seu capital em troca de contrapartidas que podem ser na forma de participação accionista, empréstimo em troca de juros (o chamado “crowdlending”) ou uma percentagem sobre a venda ou aluguer das frações do empreendimento.
Em 2019 o número de empréstimos realizados a nível global em contexto de crowdfunding registaram um aumento de 10% e o valor transacionado subiu 27,4%. Com esta curva ascendente estima-se que o valor deste mercado atinja os 900 milhares de milhões de euros em 2024.
Para quem promove a iniciativa, as vantagens são assinaláveis: além de diversificar a sua carteira de investidores associados, permite a empresas em início de vida desenvolver projetos mais ambiciosos e iniciar as operações no terreno com maior celeridade. Ao ser bem sucedido, vai gerar notoriedade na comunidade digital que facilitará a angariação de capital para projetos futuros. O feedback da comunidade de investidores, por ser variado e de diferentes quadrantes geográficos, permite uma visão mais global e vem colmatar falhas no plano de negócio, maximizando assim a poupança de dinheiro e limitando a entropia no projeto.
Para quem empresta capital, há alguns cuidados a ter em conta. Em Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários aprovou, em 2015, o regime jurídico que regula a atividade destas plataformas e publicou, em 2016, o regulamento. Em 2018, entrou em vigor o regime sancionatório. Uma forma de verificar a legitimidade de uma plataforma online é avaliar a quantidade de informações sobre o projeto, nomeadamente o prazo, o montante recolhido e o montante total envolvido para o projeto arrancar, e a finalidade do investimento. Quanto mais abundante a informação que disponibilizam, mais transparente e fiável poderemos inferir que a plataforma seja.
Se em Lisboa e Porto é fácil depararmo-nos com diversos espaços de coworking, o aspeto porventura mais assinalável é a dispersão destes conceitos de espaços de trabalho partilhados um pouco por todo o território, dedicado ainda maioritariamente a startups mas já com a adesão de algumas grandes empresas e PMEs com um longo historial. Em alguns casos, estes espaços são dedicados a um determinado sector da economia, integrando assim clusters tecnológicos e a estratégia de um município ou região.
Ao optar por um cowork, as empresas mostram estar alinhadas com os objetivos gerais desse espaço, sem prescindir das suas idiossincrasias ou privacidade (uma vez que é prática comum estes edifícios contarem com salas de reunião e áreas privadas). Entre as principais vantagens destacamos o networking entre empresas, que resulta em oportunidades de negócio, propostas conjuntas e reuniões com investidores. Esta cultura colaborativa é também benéfica para os colaboradores, uma vez que estes espaços são dinamizados por eventos sociais, palestras ou workshops. Este dinamismo reflete-se mais tarde na dinâmica da empresa, resultando em colaboradores mais motivados, com maior mundividência e mais permeáveis a mudanças nas práticas quotidianas.
Cada vez mais, a integração num espaço flexível é visto como um catalisador para a atração de talento, ao mesmo tempo que reduz os custos de ocupação. Se isto é verdade ao redor do mundo (de acordo com o site coworkingresources.org, o preço médio de um lugar em coworks diminuiu em 2.14% entre 2019 e 2020), refletindo uma maior oferta destes espaços e consequente concorrência entre si, a Europa é a única região onde os preços têm tido um aumento que pode ser devido à crescente diferenciação e especialização destes espaços.
Ao analisar mais de 3000 pedidos durante o período da pandemia, este site conclui que os coworks já experienciam uma retoma e estão a reformular a sua oferta para dar primazia a mais salas privadas, contratos de maior duração e aumentar a sua capacidade. Estas necessidades dos utilizadores apontam para um futuro próximo onde o conceito cowork se tornará cada vez mais mainstream à custa das grandes empresas cujos colaboradores desempenharão cada vez mais as suas funções remotamente. As empresas não têm assim necessidade de investir tanto numa infraestrutura própria, embora tenham de assegurar um espaço de cariz profissional para receber clientes e manter reuniões entre membros da equipa.
O âmbito do cowork como espaço dedicado a start-ups deixará de ser a regra. O que esta crise sanitária veio provar é que os escritórios devem ser cada vez mais flexíveis e orientados para a polivalência dos trabalhadores e das tarefas que aí são desempenhadas. O potencial de crescimento para esta ocupação imobiliária nunca foi tão grande e deve ser tido em conta não só nas grandes cidades.
Estamos seguros que os modelos alternativos serão cada vez mais relevantes no futuro próximo e, tal como o produto Realsecure que oferece ao comprador a garantia do valor de compra do imóvel pelo período de 10 anos, vão ajudar a captar clientes, diversificar o seu portefólio e aumentar o seu ritmo de vendas.
POR REAL SECURE